domingo, 26 de novembro de 2006

ZANZIBAR - UMA PEROLA NO ÍNDICO

Sensual e nostálgica, Zanzibar ao largo da costa da Tanzânia é um dos últimos segredos do Índico. Uma ilha onde se vive devagar, ao sabor do vento e a pensar na praia.


O pior de Zanzibar é mesmo a longa viagem para lá chegar.
Saímos de Lisboa em direcção a Amsterdão, onde após quatro horas de espera embarcamos para Nairobi, capital do Quénia.
Ao desembarcar em Nairobi somos, imediatamente, invadidos pela magia de África. A natureza, quase selvagem, ao nosso redor surpreende-nos com a exuberância da sua fauna e a diversidade da sua vegetação. Somos envolvidos por um calor seco e húmido que, até nos habituarmos, transmite uma sensação de desconforto.
Dali apanhamos um voo que nos leva a Stone Town, a capital de Zanzibar.

Não nos encantamos com Zanzibar pelo que a ilha demonstra, mas sim pelo que dela se intui, aceitando-a tal como é, fascinante pela sua idiossincrasia, pelo seu intenso aroma de especiarias e peixe, pelo apelo que faz a que nos deixemos com ela aprender. Dizem os velhos marinheiros que existe uma ilha no Índico a que chamam "Paraíso". Essa ilha de que sempre se fala, mas que dificilmente se descobre, tem nome de mulher sensual e misteriosa, apesar de o seu sentido original ser provavelmente o que lhe deram os árabes, algures no século VII, ao se encontrarem com os primeiros habitantes bantú do arquipélago: "zinzi-bar", terra dos de cor preta.

Stone Town, a cidade de pedra, tão mágica e misteriosa. É este encantamento que nos leva a embranhar-nos pelas ruas estreitas e sombrias e a perder-nos no aglomerado de arquitecturas, buscando nas paredes sólidas mas desnudadas, nas ombreiras ricamente esculpidas, traços do passado de mil e uma noites, inspirador de cenários tão fantásticos.

As portas elaboradamente esculpidas e entalhadas, típicas da arquitectura de Zanzibar, são mesmo o pormenor mais importante das casas. Quanto mais trabalhada e melhor a qualidade da madeira maior era o “status”, a riqueza e a saúde do seu proprietário.

Na Gizenga Street abrem-se de par em par as lojas de artesanato. Os artistas preparam as tintas e telas para iniciar a sua obra, executando os motivos africanos em estilo naif que caracterizam a pintura da região.

Como em quase todas as partes do mundo, os Portugueses deixaram o seu testemunho. Uma última referência aos vestígios da presença portuguesa são os canhões de bronze, actualmente expostos no portão principal de entrada da Beit-el-Ajaib ou House of Wonders.

Pemba e Unguja (nome original de Zanzibar, a maior ilha do arquipélago) ficaram sob domínio de Portugal desde o início do século XVI até 1668, altura em que foram expulsos pelas tropas árabes do sultão de Omã. Foram eles os responsáveis pela criação do primeiro mercado de escravos da ilha, hoje transformado em museu, adjacente à catedral anglicana. No lugar onde antes se erguia o mastro em que se chicoteavam os escravos mais rebeldes levanta-se hoje o altar da catedral.


Ao subirem a costa oriental africana, os portugueses tinham descoberto Zanzibar, instalando-se, em 1505, em Unguja, que não por acaso significa "cesta de especiarias e frutas" trazidas da Índia e de outras paragens africanas como Moçambique. A fama que Zanzibar desde então adquiriu como a "ilha das especiarias" ficou a dever-se à sua intensa produção e comércio de cravinho, também designado por cravo-da-índia.

Quando o vento sopra, sente-se em Zanzibar um odor deliciosamente forte a especiarias.

Dois dias bastam para absorver a atmosfera da capital, partindo para explorar a costa de extensas praias brancas e águas mornas de um turquesa esplendoroso, apenas interrompido pelos cascos de madeira e as velas artesanais dos “dhows”, as embarcações típicas do Índico. Canoas de vela única, cozidas e passajadas vezes sem conta, feitas de panos crus puídos pelo tempo e pelo sal, carimbados ora na Tanzânia, ora na Índia ou no Egipto, fazem também ainda diariamente a travessia até à capital, mas em trabalho e não para turistas. São barcos de pesca e de transporte estes dhows que tão intimamente uniram vários pontos banhados pelo Índico, o oceano que permitiu ali unir e mesclar, de forma indelével, as culturas árabes, indianas e africanas. Um cadinho em que se derretem velhos amores e velhos ódios, fundidos ao longo dos tempos e hoje tão multicolores como os corais que a rodeiam.


Cinco dias se vão seguir entre o conforto dos “Bungalow”, com o Indico todo pela frente, praticando as muitas actividades possíveis. Tempo dedicado àqueles pequenos grandes prazeres que tanto sal e pimenta dão à vida...

O povo é uma delicia, gente humilde, muito pobre mas de uma honestidade comovente. Recebem-nos, sempre com um enorme sorriso, e fazem-nos sentir em casa.

A língua de comunicação é o swahili.

Olá ............ Jambo
Como está. Habarigani
Adeus........ Chai
Comida ..... Chakula
Peixe ......... Samaki
Açucar ....... Maziwa
Leite........... Kitunguu
Pão ............ Mikate
Noite ......... Usiku
Amanhã .... Jana
Ontem ...... Leo

Agora, para saber mais, visitem Zanzibar... Vale bem a pena.

8 comentários:

Anónimo disse...

Bela viagem!

Não sei se vou necessitar de viajar até esse destino. Pouco deve ter ficado por contar. Só faltou, mesmo, o calor africano.

E você é aquela belezura que aparece nas fotos do blog, ou anda aqui a enganar a malta?

Se for... ... beijinhos.

BLOGADO

Anónimo disse...

Cá para mim tens aqui um admirador (mais um).

Anónimo disse...

Pensamento do dia:

Qual é a diferença entre uma dissolução e uma solução?

Uma dissolução seria meter um Benfiquista num tanque de ácido para que se dissolvesse.

Uma solução seria metê-los a todos........

Anónimo disse...

Olá

Crystalzinho disse...

BLOGADO

É claro que eu não sou aquela belezura, eu sou a que está na última foto, sentada em cima de um pé!!

Espero que consigas superar a decepção e não deixes de voltar sempre.

beijinhos
Crystalzinho

Crystalzinho disse...

Que anónimo tão simpático que vem para aqui falar mal do Benfica!

Pelo que escreveu já deixou de ser anónimo... pelo menos para mim.

Beijinhos e obrigada pela visita

Anónimo disse...

Olá mais uma vez.

Anónimo disse...

Então esse dinamismo? cadê os artigos?