PASSEIOS POR LISBOA E PENSAMENTOS
Já o disse várias vezes: gosto de passear, ter emoções estéticas que a beleza natural oferece, deambular pelas ruas, vadiar pelas praças, extasiar-me com as criações humanas, as obras de arte, olhar o rosto das pessoas, a forma como andam, as cores que vestem, as estórias que contam.
Há dias andei pela Lisboa das Índias.
Mas há tantas Lisboas! A Romana, a da rota das sedas, a das vilas operárias, a Setecentista, a moura, a boémia, a da sétima colina, a de Cesário Verde!
A colina do castelo, debruçada sobre o rio, foi a primeira zona de Lisboa a ser ocupada.
Agrega em si o tempo do poder, o dinamismo da guerra, sitiados e sitiadores, o centro religioso, o local de convivência de povos e crenças, de mercadores, burguesia e nobres, unidos no ensejo de fazer a cidade.
Nisso penso quando do Castelo olho a magnífica paisagem do rio Tejo ou olho para Alfama: o velho bairro de pescadores, que conserva uma grande parte do seu antigo aspecto: a arquitectura, o tipo de ruas, os arcos e as escadas, as varandas de madeira, uma vida cheia de rumor, ampliada nos santos populares.
A vista dá-nos serenidade e faz nos pensar como ao fim de tantos séculos ainda não conseguimos aprofundar a compreensão da condição humana, a conquista de uma maior libertação das prisões interiores e domínio do destino individual.
Como ainda não conseguimos ser seres livres ao encontro de outros seres livres e por eles reconhecidos como tal.
Atingir o que Espinosa disse: um homem conhece se pela sua acção, compreende se pela reflexão, constrói se pela meditação.
E é inconformado porque livre, prefere questionar a responder definitivamente, interpela o tempo em recomposição em que vive e as eternas questões da justiça, da paz, da liberdade, do desenvolvimento, da diversidade cultural, da solidariedade, da abolição de todas as formas de escravatura, da liberdade de pesquisa científica, do direito de viver e morrer com dignidade.
Buda, dito o iluminado, dizia: entre aquele que vence em combate mil vezes mil inimigos e aquele que se vence a si mesmo, é o segundo o maior dos vencedores.
Nestas colinas viveram os mais variados povos com as mais variadas religiões.
E recordo, neste mundo de intolerância, que para a ordem do mundo, mais vale a justiça sem religião do que a tirania do devoto.
Sob o fogo budista entendo o controlo, a paz, a compaixão.
Sob o fogo do judaísmo, entendo a esperança, a tensão para atingir o inatingível.
Sob o fogo do cristianismo entendo a liberdade, a fragilidade, o serviço do próximo.
Sob o fogo do Islão entendo a grandeza, o sentido da transcendência.
Sob o fogo da laicidade, o elogio da autonomia.
Sob o fogo do ateísmo, a tolerância.
E para continuar a viver, como dizia Teillard Chardin, panteísta, é preciso mudar.
Mas não é preciso deixar de gostar daquilo que do Castelo vejo, e de Lisboa, por onde vou continuar a andar. Talvez, como Pessoa, sempre Pessoa, acordar da cidade de Lisboa, mais tarde do que as outras.
55 comentários:
Obrigado pela passagem
Abraço de esquilo
Tb sou do signo virgo
eh eh eh eh eh lol lol
Hei quero ver uma posta boa sobre OVAR e SANTA MARIA DA FEIRA! lolololololoolol
ganhas um Pãp de ló e uma fogaça!!
lololololoo
beijo gande gande amiga!
Esquilo, já temos isso em comum!
Bjs
Sam, bem com esse prémio não resisto! Sou doida por pão-de-ló de Ovar e a fogaça também não ia mal!! O certo é que conheço muito mal uma e outra! Mas fica no meu programa de viagens e depois tens de pagar!
Bjs
Olá!!!
Que lindo passeio! Adorei!
beijinhos!
:)
Olá!!!
Que lindo passeio! Adorei!
beijinhos!
:)
Nunca tinha vindo aqui mas gostei imenso da visita. Na realidade temos afinidades...pelo menos nas viagens. Gostei e vou voltar
Um beijo
Compreendo-te perfeitamente... a vista sobre lisboa ao entardecer é inspirante!
Mas o que mais achei curioso foi o facto de analisares as vertentes positivas de cada religião e até da ausência dela... Podemos aprender muito uns com os outros e, se formos tolerantes e observadores das filosofias diferentes das nossas, caminhamos para um mundo melhor de certeza...
Um abraço, virei visitar-te mais vezes
Elsa, eu também gostei que tivesses passeado comigo.
Bjs
eu mesma,
Obrigada pela tua visita. Volta sempre.
Bjs
Lobo, é o que espero que possamos estar a caminhar para um mundo melhor. Volta sempre.
Bjs
Da janela do teu quarto
Olhas o mar tarde escura
As ondas trazem lembranças
Que em tua alma perdura
Chegou o profeta, espero-te no meu castelo de emoções.
Purifico-te com pingos do céu
Obrigado pela passeio em palavras. Um abraço.
Estuve caminando por Lisboa hace 5 años. Gracias por llevarme de nuevo.
A certa altura, a viajem por Lisboa, foi feita a uma velocidade alucinante e como que sugado por um túnel super-ramificado do tempo.
Boa foto aquela da colina nublada ao sol-pôr.
Bjs
Eu sou exactamente igual quando visito ou passeio por algum sitio, gosto de observar tudo!
beijos miss
Bem vindo profeta, irei visitar-te no Castelo.
Bjs
Tri, gosto de passear contigo.
Bjs
Matvi, apareça sempre para passear comigo.
Bjs
Agri, foi assim tão rapido?? Assim nem apreciaste a viagem, não?
Bjs
miss, obrigada pela tua visita. Volta sempre.
Bjs
Crystalzinho, muitíssimo boa noite, se me permite a visita e muitos parabéns por este espaço de inteligência e interesse, elegância e beleza que nos oferece, não só para encanto dos olhos mas também para enleio da alma pelo que muito que vemos e lemos e somos convidados a pensar e que tão bem são retrados pelas palavras de "O Lobo" e pelas de "matvi". Como escrevi no "Largo...", nas palavras que ali lhe deixei, este é um sítio espectacular e a que não conseguiremos deixar de voltar.
Este texto é muito bem construido e cheio de humanidade e é sempre bom haver quem se lembre de procurar encontrar o lado belo e positivo das coisas, é um sinal de esperança, o mesmo mágico impulso que nos mantem vivos desde a noite dos tempos.
Muitíssimo obrigada pela visita à nossa pracinha humilde, Crystalzinho, o desejo mais sincero é que volte muitas e muitas vezes e não só aquela janela do "Atirei...", mas sobretudo muitíssimo obrigada por este espaço tão cativante por tudo o que de maravilhoso e profundo nos dá a partilhar.
Boa noite, Crys, espero voltar muitas a este Céu.
Luís F. de A. Gomes
Luís, fiquei comovida!! Obrigada mas não merecia tanto. Seja sempre bem aparecido que eu farei o mesmo lá no seu cantinho.
Bjs
Pontos, podes crer. Adoro viajar mas quando o avião se aproxima de Lisboa é uma emoção, chego a ficar com lágrimas nos olhos.
Por isso temos uma palavra tão nossa como é a "saudade".
Bjs
Poia eu tb adoro passer por Lisboa, tenho um fascínio especial por Alfama e Chiado..
Finalmente consegui chegar ao teu blogue! E adorei!
Que saudades de Lisboa, a minha cidade.
Beijos
Belo texto! só a a cidade podia ser diferente:)
Bolacha, é tão linda esta nossa cidade.
Bjs
Pitucha, obrigada pela visita.
Sei que estás tão longe e que deves ter muitas saudades deste nosso país, do nosso sol e do nosso mar, não tens?
O que é que te faz mais falta?
Bjs
Noivo, também já escrevi sobre o Porto que também é uma cidade lindissima. Diferente de Lisboa mas bela da mesma forma.
Bjs
Perdeste-te por Lisboa?...
Vá, quero mais palavrinhas. :-)
Adorei o seu passeio. Ainda não conheço, mais estou sonhando e voçé me levou pra lá. Obrigadíssima!! Meus parabéms pelo blog!
A nossa lisboa, relamnete mto bonita. E ent~~ao vista do Castelo ou do Miradouro DE Santa Luzia é devina.
Lindo e relacto e brilhentes associações.
Beijinhos
Angel, aproveita o passeio e deixa-te de me mandares trabalhar!!!
Já uma pessoa não pode ter um passeio relaxado, bolas!!!
Bjs
Pamela, obrigada eu pela sua visita.
Apareça sempre para viajar comigo que eu também vou visitá-la na sua casinha.
beijos
Diabólica, temos lindas paisagens, não é?? Os namorados que o digam!!
Bjs
vai lá vai!!!
tanto passeio, veja se vai mas é bulir em vez de estár para aqui a fazer pirraça a malta
bjs
Obrigada por esta viagem...tb adoro disto e faço muito mesmo!
Belas fotos.
Beijinhos
Ah....Aparece! Porque hoje é um dia especial...feliz dia para ti tb!
Depois de ter terminado com o "Postaias da Novalis" para me dedicar mais à astrologia, tenho aproveitado este tempo para desenvolver mais os conceitos evolutivos dos signos do zodíaco, como base elementar desta nossa reencarnação.
Aqui fica o convite para conhecer melhor o signo onde está o seu sol de nascimento, assim como o dos seus familiares e amigos.
Copie-os para o word, para melhor poder reflectir sobre o signo mais importante do do seu zodíaco.
Agradeço comentários no sentido de melhorar os textos, aprofundando-os.
Um abraço,
António Rosa
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*♥* вσм ƒiм dε *♥*
*♥* ѕємαηα! *♥*
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" LISBOA " ... Lisboa das Vielas ,das Águas furtadas ,dos Fontanários ,dos Arcos , do Cais das Colunas ... das gaivotas , dos cacilheiros...e do fado . Lisboa ...
Por manifesta falta de tempo , as minhas visitas vão sendo mais raras ,espero que compreendas , não estás esquecida ...
Um bom fim de semana .
é a primeira vez que passo por este espaço, gostei e vou voltar...MAs desculpa uma pequena correcção no teu texto: Teillard Chardin não era panteísta, foi acusado de panteísmo, mas era Cristão... ;)
Um abraço...
Continuas a passear-te pela nossa bela cidade, pena que não a aproveitemos mais - falo por mim!
Beijoca da gata
Lua, até que enfim dás um ar da tua graça!
O trabalho não é tudo na vida... mas que nos faz muita falta, isso faz!!
Bjs
João, eu fui lá visitar-te mas tenho tido tão pouco tempo ultimamente!
Bjs
António, sê bem aparecido. Já lá fui ler sobre as Virgens mas ainda não deixei comentário, estou a digerir o que li e depois vou dar-te a minha opinião.
Bjs
Rafaela, bom fim de semana também para ti.
Bjs
Moinante, compreendo-te muito bem, também tenho sofrido desse mal mas também não te esqueci.
Bjs
Catarino, gostei da visita e da correcção. Realmente fui tentar verificar mas continuo na dúvida se ele foi acusado injustamente ou se tinha uma visão panteista sobre certos acontecimentos.
"...Teilhard de Chardin nasceu na região de Auvergne, na França, em 1881 e morreu em Nova York, em 1955. Cientista (paleontólogo e geólogo), filósofo e teólogo francês, entrou na Companhia de Jesus, em 1899. Participou de expedições científicas importantes e abriu o campo da sua pesquisa científica ao debate cosmológico e teológico. Isso o tornou visado nos ambientes oficiais da Igreja Católica, a tal ponto que, ainda depois da sua morte, as suas obras (como O fenômeno humano e O meio divino) foram colocados sob suspeita num Monitum do Santo Ofício, datado de 30 de junho de 1962, porque “têm tais ambigüidades e também erros tão graves que ofendem a fé católica”. No documento vaticano, os professores e reitores de universidades e institutos religiosos são exortados a “defender os espíritos, particularmente dos jovens, dos perigos das obras de Teilhard de Chardin e dos seus discípulos”.
No entanto, precisamente naqueles anos, um dos documentos mais importantes do Concílio Vaticano II, a Gaudim et Spes é fortemente permeada do pensamento de Teilhard de Chardin. O próprio cardeal Ratzinger o admite na sua obra Principles of Catholic Theology. San Francisco: Ignatius Press, 1987. p. 334).
Ainda quando vivo, o estudioso foi objeto de disposições disciplinares por parte da própria Companhia de Jesus que o suspendeu do ensino de matérias de caráter filosófico-teológico e o convidou a não publicar mais nenhum texto sobre estes temas.
Os “erros” imputados ao teólogo se referem, principalmente, à sua visão panteísta da presença de Deus no cosmos, a uma insuficiente separação ontológica entre matéria e espírito na descrição da evolução da matéria até o comparecimento da vida e do homem, a uma provável concepção determinista da encarnação, aspectos que contrastavam com a impostação cosmológica cristã pré-conciliar e levavam, segundo o Santo Ofício, a uma errônea compreensão da historicidade do pecado original..."
Volta sempre.
Bjs
Nanny, ainda estás a tempo!!! Agarra na cara metade e toca a passear!
Bjs
Olá
Pode-se ser cristão.judeu,muçulmano,budista, hinduista,animista ou até agnóstico e ser pantéista.
Espinosa judeu era,S Francisco encantou-nos com os seus canticos,os sufis fundem-se no divino,os hinduistas veem deus em todo o lado, os budistas zelam pela natureza.
Basta que acreditemos que Deus se manifesta em todas as coisas no seu esplendor.
Chardin era de facto jesuíta, antropólogo e toda a sua fenomonologia foi baseada na crença de Deus em toda a parte.
Isso pouco tem a ver com a análise cristológica das q~uestões.
Com todo o respeito tiveste razão em chamar-lhe panteísta:era e a sua obra assim o diz
bjs
Ib, a culpa também é nossa.
beijos
Anonymous, obrigada por partilhar a sua opinião. Volte sempre.
Bjs
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